terça-feira, novembro 20, 2007

descentralização e o encerramento do pólo universitário de miranda

Às vezes deparamo-nos com situações difíceis. E o senado da UTAD, com todas as suas individualidades, os seus membros por inerência e membros eleitos, teve de tomar, no passado dia 18 de Junho, uma decisão difícil. E o que resultou desta reunião, por unanimidade (como convém nestas coisas), foi o mais fácil: criar uma comissão que possibilite a análise de todas as variáveis no sentido de manter em funcionamento o pólo de Miranda do Douro. Enquanto isso, as matrículas para o curso de Serviço Social – o único em funcionamento em Miranda – serão permutadas para Vila Real. Ou seja: cria-se uma comissão para que daqui a uns meses se conclua que o pólo universitário de Miranda do Douro não tem viabilidade. Neste sentido, importa, nesta hipócrita decisão superiormente adoptada, salientar que estes senhores “senadores” (Presidente da Câmara, e ex-candidato a presidente pelo PS incluídos) são, no que à descentralização diz respeito, mais papistas que o papa. Ou seja: a decisão tomada vai ao encontro do que eles próprios se queixam (e com razão) da excessiva centralização por parte do poder central. Assim, na primeira ocasião em que poderiam objectivamente decidir por uma efectiva descentralização regional (pois é, estamos a falar duma região que também sofre de excessiva centralização por parte de alguns poderes regionais…), esqueceram a cartilha e olharam para o umbigo. É, pois vergonhoso que se mantenha em funcionamento (e até com novas valências) o pólo de Chaves, que fica a pouco mais de meia hora de Vila Real e se encerre o de Miranda, o qual poderia servir de incentivo para uma optimização com a Universidade de Salamanca e o pólo de Zamora.
O que se passa é que é o poder regional que deve lutar contra aquilo que o poder central vergonhosamente tem vindo a fazer e que se resume numa palavra: deslocalização. E ao contrário do país, que é brutalmente heterogéneo nos seus níveis de desenvolvimento, devemos pugnar por uma região de Trás-os-Montes e Alto Douro equilibrada, justa e solidária.

(publicado no jornal a voz de trás-os-montes em 28/07/2007)

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