sexta-feira, março 28, 2014

ouvir em silêncio

Artur Jorge, ex-selecionador de futebol, campeão europeu pelo FCP, disse um dia que desligava o som da televisão durante um jogo de futebol para não ouvir as necedades dos comentadores de serviço. Pois anda a passar-se mais ou menos o mesmo comigo. Desligo, prazenteiramente, o som. Depois, é ouvi-los papaguear ondulantemente a bocarra, sorrisos e promessas. Sei que anda por aí o alvor de um mundo melhor, novos amanhãs que cantarão. Sei que Portugal é um país de rosas com alguns espinhos e que estamos a sair da crise. Gosto de desligar o som da televisão e ver, simplesmente, Passos Coelho, Portas, Maduro e Seguro. Por mim, caladinhos é que eles estão bem.
Entretanto, não desligo para as minhas caminhadas diárias, as ruas e os caixotes do lixo, aquele olhar intrínseco e haurido das pessoas. Se os ouvisse, era bem capaz de acreditar.

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vamos pela estrada e sentimo-nos bem. lá fora, o vento sopra, a neve cai, voam duas aves perdidas. eu sei que tenho de chegar a algum lugar...


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