quarta-feira, junho 04, 2008

o país de emigrantes

É este tipo de recepção que a selecção teve na Suíça que nos provoca um conjunto de reflexões paradoxais. Se, por um lado, é um absurdo este endeusamento a um grupo de 23 rapazolas e um treinador que ganham não sei quantos milhares de euros por mês e que, no caso do treinador, constitui uma triste aposta publicitária da CGD - paga, naturalmente, de acordo com os pergaminhos do senhor Scolari -, por outro lado, os emigrantes, endoidecidos por uma selecção de futebol, exaltam uma certa imagem de Portugal como um país de emigrantes. Uma imagem que se iniciou, no princípio do século XX, com o Brasil, passando, com Salazar, para destinos mais próximos (França, Suíça, Alemanha), retomando, agora, um pressentido e desditoso ímpeto emigratório, ao procurarmos, na Inglaterra e noutros países afins, o futuro que Portugal não consegue garantir. Por isso, aquela gente ainda olha para um autocarro pintalgado, repleto de óculos escuros e de ipod's ornamentais e vê, antes de tudo, o pai, a mãe, uma aldeia, a tasca do futebol mas, principalmente, uma bandeira. Só depois é que vêm os Scolaris e os Figos (parece que foi nomeado embaixador da selecção!). Valha-nos, ao menos, isso.

2 comentários:

Anónimo disse...

O que eu acho verdadeiramente lamentável é toda a estrutura teelvisisva que foi montada em redor da selecção. Obrigar as pessoas num domingo à tarde a ver a partida e chegada da selecção é deveras insultuoso. Será que as televisões acham que os portugueses só se interessam por futebol? Acho que é essa a imgem que nós passamos. Tal como no Brasil, o nosso único interesse é ver um bando de "rapazolas" a´trás de uma bola a ganhar milhões, instaldos em belos hoteis. E quem paga?
Somos nós. É claro!

Anónimo disse...

Somos um paízinho com uma história pobre e de apenas uns míseros 800 anos, que se não fosse "isto" (futebol, touradas,...) o que seria de nós? Portanto, estas são as explicações!

coisas

vamos pela estrada e sentimo-nos bem. lá fora, o vento sopra, a neve cai, voam duas aves perdidas. eu sei que tenho de chegar a algum lugar...


neste momento...