quinta-feira, junho 12, 2008

hoje, no parlamento

O lapsus linguae do primeiro-ministro José Sócrates hoje, no debate parlamentar quinzenal, ao afirmar, desassombrado, que o voto afirmativo do povo irlandês ao referendo do Tratado de Lisboa era muito importante para a sua carreira política teve o seu equivalente na pergunta formulada pelo ex-presidente da Assembleia da República, Mota Amaral. Este "lançou o tema" que consistiu em saber por que é que José Sócrates não pediu aos irlandeses para votarem sim ao Tratado de Lisboa, como, aliás, fizeram o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso e o presidente francês, Sarkozy.
De facto, não se entende muito bem qual o alcance da questão de Mota Amaral. Por que razão deveria Sócrates entrar na campanha referendária da Irlanda? Mesmo tendo em conta que a matéria é de interesse objectivamente europeu, convém lembrar que a Irlanda foi o único país da União que submeteu a referendo o Tratado. Por isso, as deambulações de Sarkozy por este país a favor do sim são, no mínimo, patéticas, tendo em conta que a França, por intermédio do seu presidente, rejeitou, liminarmente, a consulta em referendo. Deste modo, a negação do referendo nos seus países obriga a uma espécie de ética de não intromissão numa campanha que eles próprios, internamente, rejeitaram.

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vamos pela estrada e sentimo-nos bem. lá fora, o vento sopra, a neve cai, voam duas aves perdidas. eu sei que tenho de chegar a algum lugar...


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