segunda-feira, julho 21, 2008

a questão fracturante

Bem espremidinhas, as declarações estranhíssimas de Manuela Ferreira Leite ao esboçar um grau de cumplicidade objectiva entre o casamento e a procriação resultaram naquilo que vai ser a grande questão fracturante no combate político-ideológico que se avizinha. No entanto, penso que se os partidos forem por aí (e esses invulgares rapazes e raparigas das juventudes já deram sinais disso), o caminho que trilham não vai ser objectivamente o melhor. Por umas simples razão: as pessoas não estão necessariamente preocupadas com o objectivo primeiro do casamento (se é a procriação ou se é a fornicação ou se não é nenhuma delas), nem com a legalização dos casamentos entre homossexuais. Até porque os partidos podem sempre (como, aliás, fizeram com o aborto) afirmar que tudo isto é uma questão de consciência e, como tal, não deve ser remetido para a esfera modelar do partido. Fica bem e é sempre uma maneira elegante de nada dizer. Na verdade, mesmo no âmbito destas questões melindrosas existe um abatimento ideológico, em que a direita e a esquerda continuam nos seus paulatinos esvaziamentos. Quantos comunistas é que haverá que não concordam (o PCP nunca conviveu muito bem com este tipo de "desvios" sexuais) com o casamento homossexual? Por outro lado, quantos democratas cristãos não votarão a favor desse mesmo tipo de união, mesmo que contrarie os mandamentos católicos? É, de facto, na igreja, com o seu caminhar sustentado para o abismo, que reside a grande vertente oposicionista a esta questão. Adivinha-se, por isso, mais uma derrota para a alta (e pequena) patente eclesiástica.

2 comentários:

Anónimo disse...

lindo...

Anónimo disse...

O primeiro blogue da Bila que conheço! Há mais?

Vivam os covilhetes da Gomes e as tripas aos molhos do Xaxoila (não sei se ainda existe).

coisas

vamos pela estrada e sentimo-nos bem. lá fora, o vento sopra, a neve cai, voam duas aves perdidas. eu sei que tenho de chegar a algum lugar...


neste momento...