Ainda em acrescento ao post anterior, deparei-me agora com o acordo entre o governo e os autarcas do Oeste, o que fez com que estes designassem, através do presidente da Associação de Municípios do Oeste, o dia 25 de Julho como "um dia histórico para o Oeste e para os municípios da Lezíria". E o caso não é para menos. O desadequado ministro Mário Lino resolveu prendar esta região (que, como sabemos, não é de todo das mais pobres do país) com um programa de requalificação que envolverá diversas áreas como a saúde (construção de novos hospitais), o desporto, as linhas ferroviárias (com ligação a Alcochete, claro), as barragens, etc. Tudo isto a rondar os 2100 milhões de euros de investimentos, dos quais 1400 milhões da iniciativa do Governo e 660 milhões de iniciativa municipal.
Ora, a pergunta que se deve colocar é a seguinte: e as outras regiões, as que se encontram realmente mais desfavorecidas?
Na verdade, este tipo de governação à vista (que se pode equacionar na simplicidade que resulta de acordos do tipo desculpem lá aquilo da Ota, mas peguem lá isto, que ainda é melhor...) não pode continuar a ser apanágio dos governos desta terceira república. Neste sentido, urge que o Presidente da República (que sublinhou, recentemente, as desigualdades regionais que o país, desgraçadamente, deixou que se edificassem de um modo verdadeiramente perverso) tenha um posicionamento adequado às suas próprias palavras. O país continua a ser uno. Não a unicidade salazarista (que continua a ser a que nos rege, tendo em conta os índices de desenvolvimento regionais apresentados), mas uma projectada e verdadeira unicidade civilizacional, a qual nos deve permitir um verdadeiro sentido de solidariedade entre as diversas regiões. No fundo, este sentido de harmonia civilizacional inter-regional não é mais do que está na base teorética do edifício que se tem vindo a construir e que é a União Europeia.
(publicado no jornal Público no dia 2/8/08)
Sem comentários:
Enviar um comentário