O que eu realmente não gosto é de ver o Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, o sr. Luís Amado, apoiar a candidatura de Durão Barroso nestes termos: "Nós temos toda a vantagem em ter como Presidente da Comissão Europeia um português, neste caso o dr. Durão Barroso. O governo português não tem nenhuma hesitação relativamente ao apoio a dar ao dr. Durão Barroso (...) Achamos que é importante para o país ter no topo da Comissão Europeia um português com o prestígio e com o currículo do dr. Durão Barroso. Não há nenhuma ambiguidade nem nenhuma hesitação do governo português sobre essa matéria".
Ora, eu não subscrevo as palavras de Luís Amado.
Em primeiro lugar, pelo provincianismo emanado. De facto, afirmar que é importante para o país ter Barroso como Presidente da União revela uma paralisia intelectual aberrante. O que se revela importante para o país e para os restantes membros da União é ter como Presidente da Comissão alguém que seja capaz de visionar aquilo que outros não conseguem. E, neste campo, Durão Barroso não se mostrou, ao longo destes anos na União, nem melhor nem pior que os outros, pois todos os mandantes que delineiam os destinos da Europa mostram, a cada dia que passa, uma incapacidade desmoralizante.
Depois, esta coisa de falar no prestígio e no currículo de Durão Barroso, sabendo que foi uma pessoa que fugiu às suas responsabilidades enquanto primeiro-ministro português é, simplesmente, ridículo. O que Luís Amado, com esta disparatada declaração revelou foi somente aquilo que paira na sua cabecinha, isto é, preconceitos retóricos que não se dignam alcançar mais do que meras conveniências. O que, bem espremido, dá nada.
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