Penduricalhos à parte, este 10 de junho correu como corre o rio: vai indo. Ajudou à festa o discurso de Cavaco Silva. Falou da agricultura e dos tomates e do clima. Teve ainda tempo de esvoaçar duas ou três ideias com o denominador comum do compromisso.
Cavaco Silva já desde há muito que nos embala numa espécie de desígnio (ou agenda) pessoal que tem a ver com o seu próprio ajustamento com a história. Ele quer ficar na história como o "the special one", ou, numa hipótese mais desconsolada, como o avisado ("eu bem avisei"). Daí que tenha inteirado o seu momento discursivo, no palanque camoniano, com cansadas e desconexas alusões ao passado, a 1986, data da nossa aventura comunitária. Afinal, ele não cedeu perante a CEE relativamente à nossa agricultura (quem diria); afinal,
tudo melhorou e agora produzimos mais e melhor, embora a produção esteja mais
concentrada em meia dúzia de produtores (não é na concentração de riqueza que
reside um dos pontos basilares do retrato do país?). Afinal...
Quanto às atuais preocupações dos portugueses, nada. O 10 de junho cavaquista começou e acabou no próprio.
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