Isabel Alçada ficou conhecida como coautora de livros infantis, numa séria decalcada dos romances juvenis de Enid Blyton. Foi depois convidada para ocupar a liderança de uma coisa chamada Plano Nacional de Leitura, que mais não é do que uma lista de títulos que as escolas absorvem com a indicação “para pôr os meninos a ler”. Chegou, assim, a ministra da educação. Diferente na postura (bem mais sorridente e simpática) da sua antecessora (um desastre, outro), depressa ganhou a afeição da comunicação social e também alguma anuência dos sindicatos.
Foi neste pressuposto de mudança que prometeu, em janeiro, a vinculação de professores contratados há mais de dez anos. Esta semana, porém, salientou que só acordará "naquilo que não colidir com o Orçamento do Estado" e que, por isso, inviabilizará essa promessa, tratando estes professores como mera mercadoria (como se de uma auto-estrada se tratasse, por exemplo).
Ora quem assim funciona não merece ocupar certos lugares. Isabel Alçada provou que não tem capacidade política para negociar no interior do Executivo. Por isso, o mínimo que devia fazer era pedir a demissão ao primeiro-ministro (ou ao ministro das finanças). Decididamente, a cabecinha desta gente carece de democracia.
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