sábado, setembro 04, 2010
a campanha presidencial
Torna-se necessário entender uma coisa simples: um Presidente da República paira numa espécie de etéreo espaço político. A culpa não é só do figurino constitucional que origina esta partilha de poderes (semipresidencialismo). A sebastianicamente frívola mentalidade dos portugueses e dos órgãos de comunicação social alimentam fortemente este pressuposto. Daí que um Presidente da República, qualquer que ele seja, se tranfigure num espécime inexoravelmente sobredimensionado: um presidente-rei. Por isso, o desgastado argumento de que Cavaco Silva anda em pré-campanha eleitoral há já não sei quanto tempo (Manuel Alegre, Defensor Moura e, agora, Francisco Lopes) é revelador dum típico amorfismo normativo. O que é que eles queriam que Cavaco fizesse? O contrário de Eanes, Soares e Sampaio, os quais só disponibilizaram publicamente a sua decisão de recandidatura dois ou três meses antes do dia eleitoral? Que alterasse o seu modus faciendi? Se há coisa em que Cavaco Silva é, de fato, imutável, é na sua própria imutabilidade.
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coisas
vamos pela estrada e sentimo-nos bem. lá fora, o vento sopra, a neve cai, voam duas aves perdidas. eu sei que tenho de chegar a algum lugar...
1 comentário:
Fato e gravata.
A imprensa assimila bem esse pairar no éter do presidente. Presta-se sempre ao papel de Hermes passando mensagens do Olimpo aos partidos como se não houvesse telefones entre Belém e a Lapa.
Valha-nos que Hermes não usa fato. Só os consultores.
Cumpts.
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