Paulo Rangel sublinha-o veementemente no último Expresso (15/dezembro/2007): "Esta senhora é um desastre. Foi a pior coisa que nos aconteceu" (p. 7). Lendo-o, não podia estar mais de acordo. O que me espanta ainda é o crédito que ela tem junto de muitos comentadores políticos da nossa praça. Mas até se compreende: finalmente, vinha alguém a colocar em ordem os professores, essa casta de funcionários públicos que nada fazem. No entanto, após estes dois anos e meio de governo Sócrates, as orientações que advém do Ministério da Educação são simplesmente no sentido de reduzir o ensino (o tão proclamado ensino-aprendizagem) a meras instruções administrativas: projectos, planos, planificações, conselhos, reuniões, actas, relatórios, requerimentos, requisições, ordens de serviço, circulares, normativos, legislações, impressos, grelhas, fichas, observações, regulamentos, planos, planificações, cópias de tudo, dossiês, arquivos, encadernações, actividades, eventos, festividades, acções, balanços, auto-avaliações, estratégias, critérios, objectivos e consecuções...
Tudo o resto fica para a chamada relação pedagógico-didáctica com o centro de todo o processo educativo, os alunos, numa sala de aulas exígua demais para receber vinte e oito alunos de quinze, dezasseis ou de onze anos, em que nem a mais simples estratégia pedagógica para resolver problemas de indisciplina - mudar um determinado aluno para um lugar vago - se adivinha de concretização possível.
Mas a Ministra aí está para pôr a casa em ordem. Deste modo, estão já na calha medidas para atenuar o problema da reprovação ao nível do 3º ciclo, diz o inenarrável secretário da educação Valter Lemos.
Não fosse a escola desta gente toda alicerçada pelo paradigma (expressão que muito gostam) das chamadas ciências da educação.
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