O Jornal de Notícias traz hoje o resultado de uma investigação (v. http://jn.sapo.pt/2007/12/20/primeiro_plano/escolas_oficiais_escolhem_alunos_bas.html), no âmbito de um trabalho em sociologia da educação, a qual reproduz que as escolas públicas escolhem os alunos que mais lhes convêm, isto é, recusam alunos potencialmente perturbadores (a maioria oriunda de classes sociais desfavorecidas) e aceitam aqueles que lhes dão uma maior garantia de sucesso escolar. Como também é salientado no jornal, este procedimento revela-se inconstitucional, pois o ensino público é, paradigmaticamente, um ensino inclusivo. No mesmo sentido, é também uma prática corrente da gestão das escolas - desde há muito tempo - quando não existe essa possibilidade de simples recusa (meios mais pequenos em que a escolha não se revela possível), as turmas estarem divididas também segundo determinadas categorias sociais: os alunos "da cidade" vão para uma turma (a A e a B) e os outros (das "aldeias" ou dos bairros problemáticos vão para as C's, D's e por aí fora.
No entanto, este hábito de gerência escolar não se fica pelos alunos, pois aqueles professores mais próximos do executivo ficam com as respectivas turmas A e B enquanto que os desgraçados que por qualquer motivo não cairam nas graças do senhor presidente (ou até por que são novos nas escolas) são remetidos impiedosamente para as restantes. E são estes, naturalmente, que vão engrossar a clientela dos psiquiatras.
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