Segundo Correia de Campos, ministro da saúde, o bloco de partos do hospital de Chaves vai encerrar pois já existem melhores valências na zona, isto é, em Vila Real (aproveita a onda e aferrolha também os Serviços de Atendimento Permanente, no período nocturno, de Murça, Alijó, Vila Pouca de Aguiar e Peso da Régua). No mesmo sentido, anota que é uma vergonha que o número de cesarianas seja o mais baixo do país (cerca de 60% dos nascimentos). Deste modo, é mais uma unidade de maternidade a fechar as portas numa zona interior (neste caso de fronteira, o que poderia originar um acréscimo do capital humano, nomeadamente das localidades galegas limítrofes, que é, no fundo, o que se passa com a unidade de Badajoz que serve toda a raia alentejana). Correia de Campos, com o tom demagógico que o poder potencia, sublinha que agora as acessibilidades já não são um problema, referindo-se objectivamente à A4. Esqueceu-se (também ninguém lhe perguntou) de lembrar que ainda há dias a mesma A4 esteve praticamente encerrada durante um dia e que não é uma estrada, durante o período invernal, que suscite uma confiança acrescida para os condutores (são cerca de 70 km de gelo e neve até Vila Real).
Ora os números dizem que em Chaves, em 2007, nasceram quase 400 bebés. Nesta contabilidade, a pergunta torna-se inevitável: quantos bebés precisa o sr. ministro que nasçam por ano para uma maternidade não dar prejuízo? Mas eu já sei a resposta: com um sorrisinho matreiro e olhos reluzentes, dirá: "o que o governo pretende é simplesmente dar às populações condições na área da maternidade que neste momento não usufruem..." Vale uma aposta?
(publicado na edição do jornal Expresso do dia 29/dezembro/2007 e no jornal A voz de trás-os-montes no dia 3/janeiro/2008)
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