O que até aqui foi um Governo de gestão (sempre o foi, não nos queiram iludir), transformou-se agora num Governo de perdição. O sr. Hélder Rosalino, Secretário de Estado da Administração Pública, afirmou hoje que a requalificação não implica despedimento, contrariando o que ele próprio dissera há tempos: "eu não assumiria isso [a requalificação como antecâmera do despedimento] como uma crítica, assumiria isso como uma realidade
objetiva". Desta vez, advoga que "não é uma lei para despedir (...) é uma mudança de paradigma".
Um outro membro do Governo, o sr. Aguiar-Branco, Ministro da Defesa, é uma espécie de coro grego do executivo, com repuxadas tiradas moralizantes. Quando abre a boca é para isto: "o Governo fala sempre a verdade (a propósito das anotadas contradições da atual ministra das Finanças relativamente à mal explicada ingerência nos contratos swap), ou "o que conduz sempre o Governo no seu
todo e o primeiro-ministro em particular é o interesse nacional" (a
propósito da atual crise). Será que ninguém diz ao sr. Aguiar-Branco que já
estamos noutra?
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