A aprovação do Orçamento de Estado para 2011 não gerou, como incredulamente se esperava, uma onda de alívio nos mercados financeiros internacionais. Na verdade, a difícil conjuntura económico-financeira em que nos encontramos segue um rumo inexorável e aparentemente irresolúvel com estratégias artificiais como as que foram escrevinhadas pelo Governo, com o estranho apoio do maior partido da oposição (é delirantemente irónico vermos as críticas que o PSD esboça a um orçamento que teve o seu prévio visionamento e posterior beneplácito). Hoje, por exemplo, é notícia o aumento dos juros das obrigações do tesouro a 10 anos, os quais bateram um novo recorde, desta vez de 6,4%, muito perto, portanto, do limiar equacionado pelo ministro das finanças a partir do qual admite solicitar a ajuda do Fundo Monetário Internacional que Sócrates, soubemo-lo ontem, implacavelmente rejeita. Teixeira dos Santos vai mesmo mais longe na nossa tremedeira socioeconómica ao afirmar que o Orçamento de estado é a última cartada para convencer os mercados internacionais (não sei se proferiu estas palavras antes ou depois da teoria do fingimento proposta por Manuela Ferreira Leite). Estes, ávidos, agradecem.
Neste âmbito, começam a emergir novas perspetivas dialéticas, baseadas num novo e interessante pressuposto psicoeconómicosocial: é ingenuidade pensar que a simples aprovação do Orçamento de Estado ajudava a resolver os problemas do país.
Que chatice!...
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