A recente onda de indignação que se tem revelado nos órgãos de comunicação social relativamente aos casos de pedofilia protagonizados por membros da igreja católica tem tido uma justificação anedótica por parte dos mais influentes membros da hierarquia eclesiástica. Na verdade, resumir estes casos a justificações do tipo "todas as classes têm defeitos desse género" e que tem havido notório exagero na sua amplitude mediática não é mais do que uma tentativa frustrada de remeter para um continuado e ensurdecedor silêncio (o qual parece ter sido, ao longo de anos, a cupulada estratégia da igreja católica) acções a todos os níveis miseráveis.
Esta justificativa é, pois, inadequada e estúpida. Suponhamos que em relação ao político/governante que, do alto do seu cargo, rouba o pobre contribuinte, fosse utilizado o mesmo argumentário por parte de um qualquer ministro ou líder partidário ("todas as classes têm defeitos desse género"). O que acontecia é que, ajustadamente, nenhum deles estaria no cargo no dia seguinte (nem o corrupto, nem o que, hipócrita e tutelarmente, tivesse fundamentado tal conduta). Na igreja católica, pelos vistos, as coisas não se passam assim. É que dá sempre muito jeito a bíblica citação "quem não pecou que atire a primeira pedra".
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