Sofremos uma invasão nestes dois dias. O país parou. O Benfica foi a uma final europeia. Renascemos das cinzas de Fénix. Cavaco fala nos milagres de Nossa Senhora de Fátima a respeito da sétima avaliação da troika (a importância duma primeira dama!...) e diz que seria bom que o Benfica ganhasse a taça. Não diz o caneco por que não fica bem a um Presidente da República e caneco só o FCP é que o levanta. O Benfica perdeu o jogo, mas teve uma vitória moral. Centenas de adeptos esperaram a equipa até de madrugada para a incentivar a continuar. As incessantes montagens televisivas mostram tudo: a dor e o desespero, a alegria e a esperança. Os comentadores especializados conseguem comentar o que toda a gente comenta: o Benfica foi superior, o Benfica não teve sorte.
Portugal parou. Existe, por aqui, um qualquer e desalentado cheiro a mofo.
ps. Ainda não ouvi ninguém referir-se racionalmente ao jogo. Se o
fizesse, teria de alertar para as falhas ofensivas do Benfica (não conseguiu
marcar quando teve oportunidade para isso) e para os vazios defensivos (deixar
um jogador ir ao encontro da bola que ia planando, caprichosa, sobre a área do
Benfica, nos últimos segundos do jogo, ou deixar um jogador isolar-se perante
um passe com a mão do guarda-redes), na sorte que o Benfica teve com a bola no
poste (a oitava na sua escalada até à final!) e na não expulsão de um defesa (o
capitão) quando o avançado do Chelsea se isolava perante o guarda-redes.
Preferem, antes, colocar o enfoque nas opiniões dos jogadores que transitaram do Benfica para o Chelsea, os quais, obviamente, constroem a narrativa que mais lhe convém.
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