Tenho defendido que o futebol é um dos mais perfeitos espelhos da nossa sociedade. Neste sentido, não haverá decerto muitos países europeus em que três clubes de futebol granjeiem, possivelmente, cerca de 90% de entusiastas ou mesmo sócios de clubes de futebol. Acrescentando o pastoreio televisivo dos comentadores deste desporto, temos então o retrato quase perfeito. Olhamos para o país e o que vemos? O que vemos é uma cidade (inserida numa região que alberga 33% da população portuguesa e se insere nas mais ricas regiões da Europa) e depois outra, é uma linha junto ao mar que denominamos convenientemente de litoral, é um interior desabitado, onde se fecham, consequentemente, escolas e centros de saúde em que algumas das suas parcelas territoriais aparecem na lista das regiões mais pobres da Europa.
Por isso é que o presente feito futebolístico do Sp. Braga representa mais do que futebol. Reflecte, no fundo, a capacidade que podemos adquirir, enquanto país, para superar a nossa pior e sulcada fraqueza: as profundas desigualdades num pequeno país de 92 090 km².
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