sábado, abril 17, 2010

política a "la carte"

Desde que vi José Sócrates e Alberto João Jardim, na Madeira, numa revelação entusiástica de amizade e empatia política, confesso que o meu próprio olhar sobre este status quo político ficou determinantemente desfigurado. Somos governados por pessoas que não têm pejo algum em passar por cima de convicções e dos próprios partidos que representam. Retiro aqui o nome convicções, pois começo (tardiamente, é certo) a entender que o único postulado que esta gente segue é um olhar obscuramente narcísico, o qual se inicia e perfaz invariavelmente neles próprios.
Um outro exemplo desta visão do país político tem a ver com o suposto (parece que já conformado) apoio do PS a Manuel Alegre para a campanha presidencial que se avizinha. Não tenho dúvidas que ainda vamos ver José Sócrates empolgado nos comícios ao candidato. Basta, para isso, que os seus conselheiros e operadores de sondagens lhes transmitam que a sua própria existência política só tem a ganhar com uma derrota de Alegre. Este anda, com se vê, a mendigar o apoio do seu partido de sempre. É, aliás, um preceito que ele próprio faz questão de, sistematicamente, recordar, ao afirmar, insistente, que a sua casa política é o PS.
Penso convictamente que José Sócrates quer que Alegre perca as eleições presidenciais. Toda esta indefinição em redor da sua candidatura prova isso mesmo. A partir daqui, qualquer apoio do partido ao candidato encontra-se fragilizado, visto que o mesmo não é, claramente, unificador. Por outro lado, o perfil "rédea curta" de Cavaco Silva (com as suas inevitáveis juras de fidelidade e amor ao país) serão sempre mais convenientes a José Sócrates do que um Manuel Alegre de risco pseudo-revolucionário e de algum assomo rancoroso.

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vamos pela estrada e sentimo-nos bem. lá fora, o vento sopra, a neve cai, voam duas aves perdidas. eu sei que tenho de chegar a algum lugar...


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