Se tivermos em conta que o principal directório de decisão política deste governo se prende com critérios economicistas (a economia à frente da política), somos capazes de compreender certas decisões vulgarmente chamadas de reformadoras. É o caso, por exemplo, da redução do número de funcionários públicos, ou da organização de certos departamentos profissionais. Agora o que se torna de difícil entendimento é o facto destes mesmos critérios, já de si criticáveis numa economia débil como a nossa, se transfigurarem em orientações que têm implicações devastadoras em muitos agregados familiares. E é precisamente em classes sociais e profissionais mais desfavorecidas que certas decisões ministeriais actuam de forma a que determinadas situações debilitadas se tornem ainda mais negativas. É o caso, por exemplo, dos professores contratados a prazo, quando o ministério da educação obriga a que os contratos tenham termo certo que não seja o final do ano lectivo, ao mesmo tempo que retiram a estes professores um serviço de saúde - a adse - que já há muitos anos lhes era complementado.
Ora a política não pode ser feita com parâmetros decisórios tão mesquinhos. Até porque mais do que realmente advém desta decisões (uns decadentes milhares de euros de poupança no orçamento do ministério da educação), o que de facto se releva é o carácter provinciano desta gente. Se querem poupar façam-no
(publicado no jornal Expresso em 1-12-1007)
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