Surpreendente foi, indubitavelmente, a coligação em Loures entre o o PCP de Bernardino Soares e o PSD. Uma das razões invocadas foi o inexcedível argumento da estabilidade governativa. Nada de novo, portanto. Todos os vencedores de eleições desafiam os vencidos para a estabilidade. Sócrates fê-lo, no seu último governo. Curiosamente, PCP e Bloco de Esquerda não aceitaram o desafio, em nome, é claro, das irrevogáveis fronteiras programáticas. Também sabemos que para o CDS-PP não existe o irrevogável. Dirão alguns, porventura os menos ideológicos, que importa abrir novos horizontes na política. Vejam o Porto, com Rui Moreira e Pizarro (Rui Moreira não tem filiação partidária, convém sempre notar). Outros defenderão o contrário, que Bernardino traiu o partido.
A minha opinião é simples: as autárquicas são autárquicas e as legislativas são legislativas. Tendo em conta esta "la palissada", tenho para mim que, neste contexto atual, o PCP jamais poderia coligar-se com qualquer indício laranja. Para isso, seria melhor um entendimento nacional com o PS.
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