sexta-feira, agosto 13, 2010

o social revolucionário almerindo marques

Almerindo Marques, um vetusto gestor público que ganhou nome na RTP, desabrochou hoje (ou ontem) com uma tirada digna de registo. Insurge-se então Almerindo contra a demagogia que é prefigurada com os cortes nos prémios (prémios!...) dos gestores públicos. Fá-lo assim, livre e pateticamente:
é de um "populismo desbragado [pensar] que toda a gente que recebe mais que um salário mínimo é um parasita social (...) Isto é um mau serviço que se está a prestar ao país sobretudo quando há tantos outros problemas, pois aponta-se criticamente o dedo àqueles que "trabalham com empenho, dedicação e esforço para além do razoável". Continua, entusiasmado, o sr. Almerindo Marques: "a mim ninguém me manda trabalhar 12 horas por dia, mas trabalho-as. Aliás eu gostava de saber o que é isso de um bom salário. Há que fazer uma simples operação aritmética de divisão: salário dividido pelo número de horas de trabalho para fazer comparações". Depois apazigua, de certo modo, o lampejo revolucionário, reconhecendo que "existe uma tara de algum capitalismo especulativo que inventa génios onde não existem e que às vezes até fazem sindicatos de atribuição de prémios. É um abuso".
Confisco a questão que ele coloca sobre o que é um bom salário. Ele não sabe e eu também não o posso ajudar nessa sua demanda. No entanto, se mo permitir, posso facultar-lhe uma série de maus salários auferidos por trabalhadores da empresa que tão estoicamente (12 horas por dia, meu Deus!... E sem ser mandado!...) lidera. Pelo menos, fica a saber alguma coisa.

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vamos pela estrada e sentimo-nos bem. lá fora, o vento sopra, a neve cai, voam duas aves perdidas. eu sei que tenho de chegar a algum lugar...


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