Anda para aí um livro intitulado Primeiras Damas (e que teve honra de noticiário televisivo, não fosse o mesmo escrito por uma jornalista da casa...) que, ao que parece, tenta escrevinhar a teoria de que as grandes mulheres andam sempre ao lado dos grandes homens (nunca atrás, diz, afetada, a autora). A par disso, a obra induz o leitor impávido e sereno no seguinte pressuposto: ser primeira-dama em Portugal é desassombradamente um cargo de muito trabalho e sacrifício. Não li o livro nem o vou ler. Mas vem este a propósito do que há muito me vem remoendo os neurónios: por que razão as primeiras damas não continuam nas suas vidinhas em vez de andarem a passear por esse mundo fora à custa do erário público? Não quero obviamente esboçar juízos de valor sobre as senhoras que ocuparam tão prestigiado e moderno cargo. Acho-as até muito simpáticas. O que eu penso é que a presidência da República não deve ser um cargo com ramificações familiares institucionalizadas.
nota: quando me insurjo contra este aprazível cargo aplico a mesma energia refutatória aos ainda não criados cargos de primeiros-cavalheiros.
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