domingo, maio 30, 2010
o triste apoio a alegre
Como é possível que ele se transfigure num apoiante fervoroso de Alegre? Sócrates pensa o contrário daquilo que diz. Neste sentido, ao afirmar que é seu desejo que o ex-deputado ganhe as eleições, o que ele realmente quer que aconteça é o oposto. O mesmo se aplica ao seu apoio convicto.
sábado, maio 29, 2010
recurso do ministério da educação
j p sá couto favorecida
O relatório da comissão será enviado para o Tribunal de Contas e para a Comissão Europeia.
Será isso suficiente para o Presidente da República tomar uma atitude? É que eu não queria dar razão a Santana Lopes quando reitera o seu permanente e angustiante estado de exonerado político. De fato, ele foi à vida por bem menos...
novo rumo para o ps
sexta-feira, maio 28, 2010
o futebol, outra vez
quinta-feira, maio 27, 2010
psd à beira da maioria absoluta
domingo, maio 23, 2010
escutar as escutas
A comissão parlamentar de inquérito respeitante ao caso PT/TVI (sabia ou não José Sócrates previamente do intuito da PT em adquirir a estação de televisão?...) acabou. Mota Amaral, vetusto deputado e presidente desta comissão, recusou a divulgação das escutas que o premiado Pacheco Pereira teve acesso e que o próprio, ligeiramente, as definiu como sendo "avassaladoras". Ora o que naturalmente se pergunta é por que razão permitiu Mota Amaral a Pacheco Pereira escutar as escutas se sabia que não haveria possibilidade constitucional (justificação que não colhe unanimidade) de as tornar públicas?
quinta-feira, maio 20, 2010
auto-contraditório
O que eu não entendo é o alvoroço em torno das eventuais mentiras de José Sócrates, as quais merecem honras de comissão de inquérito. É ou não é uma escola?...
quarta-feira, maio 19, 2010
prioridades
terça-feira, maio 18, 2010
a moção de censura
os desempregados e o psd
Todavia, o que agora certas franjas partidárias teimam em sublinhar, nesta alucinação económica que vivemos, resume-se no contrário daquele paradigma. Agora, o desempregado pouco mais é do que um malandro que gosta de o ser e que, como o é, acata deleitosamente o subsídio mensal que uma coisa chamada Estado Providência - uma conquista civilizacional europeia - lhe proporciona.
Não seria grave a assunção deste padrão teorético se se ficasse somente pelas franjas. Em Portugal, um partido que se chama de social-democrata e que até reivindica este estatuto lembrou-se do seguinte: os desempregados com mais de 18 anos e menos de 60 devem contribuir com o chamado "tributo solidário" (o nome: tributo solidário), o qual consiste na obrigação de trabalhar entre 15 a 20 horas semanais (distribuído por 3 ou 4 dias úteis, consoante o subsídio recebido, isto é, de desemprego ou social) de serviço social ou formação profissional. Trabalho esse que não deverá ser remunerado. Mais: "A recusa injustificada de assinatura" ou "a violação reiterada e injustificada do acordo do tributo solidário" impede os cidadãos de acederem aos subsídios de desemprego e social de desemprego de acederem até à "constituição de novo prazo de garantia" e ao subsídio social de inserção durante "25 meses".
Quem por estes dias ficar sem emprego, a primeira coisa que decerto pensará será o de passar a pertencer a um clube de malandros.
segunda-feira, maio 17, 2010
cavaco, o resignado
O país merece um presidente sem medo de perder nas suas convicções. Estas devem ser defendidas até ao fim, mesmo que isso implique um remar opinativamente obstinado contra a maré. Se os nossos políticos fundadores do regime fossem confluentes deste tipo de linhagem, imagine-se onde é que ainda estaríamos...
domingo, maio 16, 2010
o caso da professora que posou para a playboy
O que todo este caso revela, para além duma pacovice latente, é a profunda arbitrariedade que poderá constituir aquilo que, aparentemente, se encontra há muito desenhado do ponto de vista da estruturação dos concursos de professores, ao alargar para as autarquias e para as escolas esse valimento.
casamento canino
sábado, maio 15, 2010
educação sexual
Eu também sou contra a criação desta disciplina nas escolas. É, digamos, um forte exemplo daquilo que se chama eduquês. Uma vitória dos nossos pedagogos de meia-tigela, a começar pelo inquestionável Daniel Sampaio, o principal guru e defensor da tese de que educar é também educar na sexualidade. Nada a opor neste ponto. Só que bastaria olhar para os conteúdos programáticos duma disciplina que se chama Ciências da Natureza e depressa se concluiria que, afinal, os nossos alunos iniciam uma educação sexual desde muito cedo, designadamente desde o 2º ciclo de escolaridade, continuando no 3º e, depois, no secundário, com uma disciplina que se chama Biologia. Mas esta perspetiva fatual não interessa nada para estas sumidades das ciências da educação. É preciso uma disciplina de Educação Sexual e pronto. Despreconceituosamente, metem-se uns preservativos numa banana esverdeada, convidam-se uns alunos a realizarem imaculadamente esta tarefa e, entretanto, a aula acaba. Na próxima haverá mais.
os candidatos mudos
Valha-nos Fernando Nobre (por isso é que é, por ora, o meu candidato: despartidário, sem compromissos com nenhum partido) que já sublinhou o seguinte: "ninguém questiona a necessidade de o país adoptar medidas correctivas, o que me questiono é sobre temas específicos como a questão da não existência de uma discriminação positiva ao nível do IVA e do IRS", ao mesmo tempo que propõe um corte de 10% nos salários superiores a 10 mil euros e que os salários inferiores a 700 euros não devem sofrer qualquer penalização em matéria de IRS.
O combate desenfreado (obsessivo: afinal, já não vão ser 8,3% em 2010 mas sim 7,3% e, em 2011, 4,6%!...) ao défice não deve ser feito à custa duma crescente miséria social. Neste ponto, é óbvio que os mais pobres se encontram bem mais próximos do que os que ganham razoavelmente e dos que recebem salários milionários. Convém referir que pobres, em Portugal, estão contabilizados em cerca de 2 milhões (pasme-se: muitos destes são trabalhadores com salários vergonhosamente infames). Para além destes, existem outros tantos que se posicionam no fio da navalha, isto é, um pouco acima do limiar da pobreza. Ora, este agravamento fiscal não vai trazer ao país (à sociedade) uma maior homogeneidade social. Infelizmente, penso que os nossos governantes, estejam eles em coligação ou a governar sozinhos (e eles lá sabem com quem se coligam... é fácil pedir desculpa quando se continua a viver bem) pensam mais em cifras do que em pessoas (desculpem, mas vem-me sempre à minha vertente neurolinguística o grito de António Guterres a Cavaco Silva quando lhe trombeteou que os portugueses não são números...).
É, portanto, necessário, de uma vez por todas, que a fundação política assente naquilo que o padre Anselmo Borges apelidou, apropriadamente, de inteligência social. Sem ela, os portugueses não passarão, inevitável e desconsoladamente, de números rascas.
sexta-feira, maio 14, 2010
medidas entusiasmantes
quinta-feira, maio 13, 2010
sócrates e passos
adenda: Passos Coelho pediu desculpas aos portugueses por assinar este acordo com o Governo. Remeto o leitor para a primeira frase deste post.
as medidas
O que estas medidas de agravo fiscal comprovam é que o combate às assimetrias sociais não é, infelizmente, uma prioridade. E, para piorar esta visão descrente, aparece, vigoroso e observador, o rotativismo, agora com uma variante (nova) de pré-cozinhado.
quarta-feira, maio 12, 2010
sócrates e coelho
a imbecilidade jornalística (parte 2)
- Por que está a cumprir a sua promessa?
a imbecilidade jornalística
Entusiasmado, remeteu em direcção a outra mulher:
- E a senhora? O que é que pensou?...
terça-feira, maio 11, 2010
portugal é dos mais católicos países da UE
O que me apraz reflectir de imediato é esta forma de reconciliação espiritual, a qual pode ser equacionada do seguinte modo: sou católico porque sim (ou porque fui educado assim), mas isso de o ser na prática (ecuménica, por exemplo) não me cativa tanto. Somos do tipo mais reflexivos, portanto.
Eu, que sou agnóstico, creio não ser esta a melhor maneira de pertencer a qualquer religião. Esta faz-se, na sua essência ritualista, de participação. Espiritual, é certo, mas também física.
segunda-feira, maio 10, 2010
aumento de impostos não é quebra de compromisso eleitoral
domingo, maio 09, 2010
futebol: benfica campeão
sábado, maio 08, 2010
hino à selecção
laranjinhas na escola
obras emblemáticas adiadas
Como é possível defender veementemente uma ideia e o seu oposto em simultâneo, sem que a máscara diáfana da fantasia se obscureça? Quais as consequências que estes tipos de acções originam na política? Não estaremos, com estes políticos (poderia acrescentar uns tantos, desde o PC ao CDS-PP), num crescendo de desacreditação política? Andarão a política e a falsidade de mãos dadas?
Não sei, sinceramente, responder a estas perguntas, provavelmente retóricas. Mas conjecturo, sem qualquer presunção, que os estados de alma destes senhores não são compagináveis com aquilo que a política, na sua génese, representa.
sexta-feira, maio 07, 2010
promessas de fátima
a fome e as presidenciais e mário soares
A primeira foi quando ganhou as suas primeiras presidenciais e proclamou, no alto da sua sede de candidatura, ao Saldanha que a sua vitória era a da tolerância, a da liberdade. Duas simples anotações, duas simples ideias podem configurar toda uma vida. E estou convencido que são precisamente a tolerância e a liberdade o leit motiv político do ex-presidente. Já durante o exercício do seu primeiro mandato, aquando de uma visita que não sei precisar, o presidente era arrastado por uma pequena multidão. Olhando para uma criança, Soares pára a comitiva e ordena de imediato a um dos seus assessores que vá com o miúdo a uma sapataria para lhe comprar uns sapatos. Não era admissível, segundo o próprio, que uma criança do seu país, em final do século XX, andasse com os pés descalços.
Quero com este pequeníssimo apontamento chegar à actualidade. E esta aponta desgraçadamente para um estado de regressão social. O ex-presidente e ex-candidato presidencial derrotado salientou ontem que o PS não deve posicionar as eleições presidenciais de 2011 como uma prioridade, pois existem outros assuntos mais prementes que devem preocupar os responsáveis deste país. Um deles é a fome.
A fome! Há portugueses a passarem fome! E passar fome é não ter de comer, é ir para a escola sem qualquer alimento ingerido, é a vergonha. Não sei quem é que o Partido Socialista elegerá como "seu" candidato presidencial, se Alegre ou Nobre. Mas o que eu sei é que os presentes candidatos deveriam ter as mesmíssimas preocupações de Mário Soares. De facto, ninguém em Portugal deveria passar fome. Mesmo que andem calçados.
nota: não sou, no entanto, tão ingénuo ao ponto de não ligar esta "despreocupação" de Soares relativamente às presidenciais a uma espécie de birra. Eu sei que o apoio (inevitável, presumo, segundo as cabecinhas bem-pensantes daquela gente e da maioria dos jornalistas) do PS a Alegre configura uma segunda derrota (ou o arrastar da de há quatro anos) para o histórico líder socialista. Mas o que é verdadeiramente importante é que um ex-presidente da República, apoiante (desproporcionado, a meu ver) de Sócrates, apareça com um registo discursivo antitético face ao que é erigido pelo Governo. A fome, assim sentenciada por um ex-presidente, deveria merecer, por parte dos nossos jornalistas, um melhor e mais profícuo acompanhamento. Simplesmente porque ninguém, no despontar do século XXI, deveria passar fome em Portugal.
quinta-feira, maio 06, 2010
o habilidoso furto de ricardo rodrigues
Eu vi a adelgaçada arteirice com que o vice-presidente da bancada socialista, de seu nome Ricardo Rodrigues, furtou os gravadores ("os aparelhos de gravação digital", como ele próprio os identificou) dos jornalistas que o entrevistavam. E confesso que fiquei impressionado com o método utilizado pelo prevaricador: levantou-se como quem vai buscar um papel ali ao lado, não sei mesmo se não trauteava algum assobio apaziguador e desconcertante, e, sem se dar por isso (se não fosse a bolinha no ecrã televisivo a rodear a mão larápia do deputado eu não daria por nada) tinha já os gravadores no bolso das calças (ou do casaco?). Extraordinário!
Presumo que Ricardo Rodrigues, membro da Comissão Parlamentar de Ética e coordenador para a área da justiça do PS (as pitadas de ironia, em política, nunca fizeram, como os caldos de galinha, mal a ninguém, mas este PS tem desenvolvido, ao longo dos tempos, uma verdadeira especialização na área...), se encontrava ali de livre vontade. Presumo também que não havia alguma condição de obrigatoriedade nas questões absolutamente legítimas apresentadas pelos jornalistas. Santana Lopes já um dia se levantou de uma entrevista em directo na televisão. As suas razões foram perfeitamente adequadas ao contexto. O deputado socialista podia simplesmente ter feito o mesmo. Sem roubar nada.
quarta-feira, maio 05, 2010
eleições presidenciais
Há os estilos, evidentemente. Mas estes não são só por si suficientes para partidarizar o cargo. Creio mesmo que o apoio cego e "partidário" dos partidos políticos, perdoem-me a redundância, seja contraproducente para os próprios. Acaso José Sócrates prefere Alegre a Cavaco Silva? Podem crer, meus caros leitores, que não. E o PS vai apoiar este antigo deputado socialista. Do mesmo modo, convive bem o PSD com Cavaco Silva em Belém? A resposta é a mesma no que concerne ao actual líder do PSD.
Voltemos, pois, aos estilos. Mesmo estes são difusos e difíceis de catalogar (deixemos de fora traços personalísticos, que a perspectiva analítica dos nossos comentadores tanto vislumbram). Cavaco é acusado amiudadas vezes de ser um mero espectador, de não ser proactivo, de dizer banalidades. É verdade quanto a este último ponto, o qual parece, no entanto, ser uma inevitabilidade inerente ao cargo. É que eu já vi Manuel Alegre criticar Cavaco quando este anotou negativamente a aposta imediata nas grandes empreitadas públicas. Isto não é ser interventivo? Calar-se-ia Alegre se pensasse o mesmo? Nesta mesma perspectiva crítica, o Bloco de Esquerda também não arranjou melhor argumento na reacção ao discurso do presidente na sessão comemorativa do 25 de Abril na Assembleia da República, do que criticar o chefe de Estado quando este introduziu a cidade do Porto numa crítica ao endémico centralismo excessivo que padece o país (poderia ter ido mais longe, para o interior, por exemplo). Um presidente da República não se deve incrustar na esfera de competências do Governo, advogou o presidente do grupo parlamentar bloquista.
Um presidente tem de ter voz e esta tem de se fazer ouvir. Imiscuindo-se os partidos na eleição presidencial é uma forma desta se desvirtuar. Neste pressuposto teorético, só um candidato merece o epíteto de apartidário e que é Fernando Nobre. E a razão é muito simples: é o único que não anda com partidos atrás. Nem à frente. Nem tão pouco a suplicar apoios partidários.
número de alunos por turma
Circula presentemente uma petição, já com perto de 10 mil signatários, a favor da redução do número de alunos por turma. É, a meu ver, um ponto de vista óbvio e justo. Qualquer professor do 2º, 3º ciclo ou secundário, com uma turma mediana, trabalha melhor (com um aproveitamento discente superior) se a turma não extravasar um número razoável de alunos, o qual pode ser balizado nas duas dezenas. Exigirão convenientemente alguns: estudos, por favor, apresentem-se os estudos. Fácil: perguntem a qualquer professor destes níveis de ensino e prontamente se esboça o início, o meio e o fim do estudo.
Pelo contrário, o secretário de estado da educação recusou já esse intento peticionário. Diz ele que não existe uma correlação entre o aproveitamento escolar e o número de alunos por turma. Estudos, por favor, sr. João Mata. Desoladamente, não os tem. Apresenta uns dados numéricos, secos, descontextualizados, sensaborões. Não divide os ciclos (o 1º ciclo não é igual ao 2º; este ao 3º; e ainda este ao secundário), relaciona banalidades ("uma ideia falsa ancorada no senso comum", sentenciou) e não respeita as idiossincrasias (as escolas não são todas iguais, as famílias também não...). Para além disso, entra em completo e triste desacordo consigo próprio, quando indica que o fenómeno do insucesso passa sobretudo pelos projectos educativos das escolas, pela qualidade do sistema, pela liderança da escola e gestão da escola. Entretanto, vai dizendo a estas mesmas escolas que redução do número de alunos por turma nem pensar…
segunda-feira, maio 03, 2010
os senhores refer's
Uma empresa existe, neste país plantado à beira mar, que floresce nos bolsos dos seus administradores. A REFER decretou um aumento de 13% no pessoal administrador. Assim, cinco destes senhores administradores ganharam mais 53 244 euros do que no ano anterior. As remunerações principais da empresa subiram (de 306 para 457 mil euros); as acessórias desceram. O maior e mais contundente aumento coube ao Presidente do Conselho da Administração, o sr. Luís Pardal (mais 10 445 euros: de 91 mil em 2008 passou a ganhar 101 mil em 2009). A REFER (lendo o pressuposto fundacional da sua existência, não se entende muito bem por que motivo subsiste, ou melhor, por que razão não pertence à CP o que é visionado por esses mesmos pressupostos), teve um prejuízo de 113 milhões de euros em 2009. Em Portugal, o salário médio não chega aos 13 mil euros anuais. Não tenho dúvidas que muitos destes trabalhadores médios são melhores (mais capazes) que muitos Pardais ou, já agora, Mexias. E um país não pode ser isto.