Temo-los aos montes, estas personagens que se movem na sombra, radicalizados no centrão político, bajulados pelos seus correligionários partidários da direita e da esquerda. Fazem parte, grosso modo, da provável área profissional liberal mais lucrativa, que são os escritórios de advogados. O senhor Proença de Carvalho pode ser considerado, nesta ótica, um paradigma. Infelizmente para ele, o seu nome aparece, desta vez, ligado a um despedimento coletivo do grupo Controlinveste, no qual ele ocupa o pomposo e presumo lucrativo lugar de presidente do conselho de administração. Diz o advogado que estes despedimentos - 160 no total - são indispensáveis para que o grupo possa crescer sustentadamente.
Não conheço o grupo com pormenor. Reconheço que os tempos não estão de sabor para este tipo de negócio. No entanto, o que me sustenta nesta minha análise, tem a ver, tão-somente, com a decisão fácil e hipócrita à qual esta gente, por norma, adere. Para isto, não é necessário ter Proenças de Carvalho, mesmo que de eminências pardas se trate.
Uma última nota, curiosa e demonstrativa. Proença de Carvalho faz parte de um programa radiofónico na TSF intitulado, sintomática e abusivamente, "Senadores da República". É, no mínimo, desconcertante nos tempos que correm que o presidente do grupo seja, ele próprio, um dos protagonistas de um programa de rádio desse mesmo grupo.
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