segunda-feira, maio 05, 2014

barroso...cavaco... passos... portas...

Um fala como presidente da República; outra divaga como presidente da República. Tudo em nome da recente fronteira patriótica que foi sumptuosamente ultrapassada, qual Adamastor, e que tem por nome "saída limpa". Graças a ela, ficamos a saber que o verdadeiro documento de estratégia orçamental que costuma ser o Orçamento de Estado foi, com igual sumptuosidade, vencido pelo esbranquiçado DEO. Por conseguinte, as campanhas eleitorais arrancaram com força.
Barroso, o sempre aritmético presidente da Comissão Europeia, anseia por uma menosprezada votação do seu PSD. Os seus doutos avisos surgirão assim por alguém que rasgará os nevoeiros bruxelenses para salvar, ou, pelo menos, guiar a saudosa pátria lusitana. Sem ele no altar do comissariado europeu, Portugal não sairia, com quase toda a certeza, limpo.
Por outro lado, Cavaco Silva, em campanha há vinte e tal anos, vai avisando eu bem avisei. Sem ele, lá no assento etéreo de Belém, Portugal não vingaria, dado praticamente certo, com a limpeza de uma saída.
Passos Coelho não sabe ainda muito bem o que fez, para além do que não fez. Foi corajoso. E a sua coragem, abnegação e sentido de Estado fizeram com que Portugal retomasse a glória passada. Os socialistas não podem, por isso, voltar ao poder. Votar neles é um regresso ao passado, ao endividamento, aos gastos... É, portanto, deitar por água abaixo o laborioso rigor dos orçamentos da Troika.
Sobra, assim, Paulo Portas. Simplesmente, o pretérito ministro da defesa e atual e irrevogavelmente vice-primeiro-ministro anda por aí, retomando frases feitas e não feitas, inventadas agora e amanhã. Sem ele, Portugal não sairia do atoleiro no qual o PS meteu o país e que o PSD, teimosamente, se afundava ainda mais. Sem ele, não existiria saída limpa. Disso podem ter a certeza.
E esta é a tubular e singela narrativa política para os próximos dois anos.

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vamos pela estrada e sentimo-nos bem. lá fora, o vento sopra, a neve cai, voam duas aves perdidas. eu sei que tenho de chegar a algum lugar...


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