Somos dois milhões a menos. O número é redondo e tem a ver com os recentes dados (ainda provisórios) do INE sobre a pobreza. A questão é, pois, muito séria e deixou de ser conjuntural. Estes dois milhões são pobres e sê-lo-ão para toda a vida. Para alguns, a vida está já no seu outono, para outros, no seu início; para outros ainda, com muitos sonhos e aspirações. No entanto, um traço comum os une: o irremediável e impositivo apego à pobreza.
De dois milhões sobram oito milhões. Estes, embora mais pobres, vão dando para encher as estatísticas positivas do Governo: uns carritos ali, uns défices acolá, um retomar de qualquer coisa mais além. No polo oposto, estão os mais ricos, agora ainda mais
ricos. Estes também vão ajudando para os famigerados sinais positivos da
economia. Portugal está na moda e recomenda-se. Somos um país estupidamente Gold.
Entretanto, somos dois milhões a menos.
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